Arquivo Público restaura e
digitaliza os periódicos “Correio do Sul” e “O Caboclo”
Exemplares dos jornais “Correio
do Sul”, de Cachoeiro de Itapemirim, do período de 1928 a 1929, e “O Caboclo”,
que circulou em Itapemirim, nos anos de 1901 a 1902, estão sendo restaurados e
microfilmados pelo Arquivo Público do Estado do Espírito Santo (APEES). Os
impressos trazem aspectos significativos da sociedade da época e os principais
debates políticos que agitavam os municípios. Os materiais foram guardados e
encaminhados ao Arquivo pelo cronista e advogado Higner Mansur.
Foi no “Correio do Sul” que o
escritor capixaba Rubem Braga publicou os seus primeiros escritos, em
1928, quando tinha apenas 15 anos de idade. Dele há poesias, crônicas e textos
sobre o cotidiano e a política local e nacional. O jornal foi fundado por
Jerônimo Braga e Armando de Carvalho Braga, irmãos de Rubem Braga.
“O Caboclo”, por sua vez, era
redigido por Athayde Júnior e Narciso Araújo. No número inaugural o
periódico se intitula “(...) força social, impulsiva e orientadora do
progresso”. O impresso possuía um forte cunho político e afirmava a intenção de
fortalecer e levantar o patriotismo. Ele exercia intensa oposição a José de
Melo Carvalho Muniz Freire, que foi presidente do Estado no período de 1892 a
1896 e, eleito novamente em 1900, permaneceu no poder até 1904. “O Caboclo”
chegou a defender a incorporação do Espírito Santo ao território de Minas
Gerais por considerar desfavoráveis as condições econômicas e sociais.
Imprensa Capixaba
José Carlos Mattedi, no
artigo “A imprensa capixaba no século XIX”, presente na obra “Aspectos
históricos da imprensa capixaba”, informa que antes do aparecimento do primeiro
jornal, em 1840, circulavam pelas ruas de Vitória apenas pasquins manuscritos.
Segundo o autor, com o advento do Império, os raros pasquins continuavam no
Espírito Santo enquanto uma série de jornais e revistas já aparecia em locais
como São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
Em 1835, o Presidente da
Província, Joaquim José de Oliveira, encaminha um ofício ao Império
reclamando a falta de uma tipografia na qual pudessem ser impressos os atos
oficiais da Assembleia. A tipografia surgiu apenas em 1840 por iniciativa do
alferes Ayres Vieira de Albuquerque Tovar e nela foi publicado o
primeiro jornal capixaba, “O Estafeta”. O mesmo não passou do primeiro número.
A imprensa se inicia efetivamente com o “Correio da Victoria”, em 1849.
Nas primeiras publicações se sobressaíam os conteúdos políticos. Segundo Mattedi,
os materiais capixabas eram, geralmente, redigidos por bacharéis, com
participação nas atividades partidárias.
No site do APEES, no link
www.ape.es.gov.br/imprensa_capixaba/index.html, pode-se ter acesso ao acervo
“Imprensa Capixaba”. Ao todo são 72 periódicos de 13 municípios do Espírito
Santo, publicados desde o ano de 1849.
Informações à Imprensa: Arquivo
Público do Estado do Espírito Santo Jória Motta Scolforo 3636-6100
joriascolforo@gmail.com
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