Um dos primeiros retratos de prisioneiros no
Brasil, 1872.
As fotografias, desde seu advento, garantem o processo de
formação da memória histórica e da identidade nacional e pessoal. Contudo, após
anos de cartazes descrevendo apenas as características de fugitivos e presos, a
fotografia foi introduzida como controle de Estado na Casa de Correção pelo
estudioso em craneologia, Almeida Valle.
Finalmente em 1872, Valle dera conta de fotografar todos os
prisioneiros da Casa de Correção, unindo os trezentos e vinte e quatro retratos
em um álbum que ficou conhecido como "Galeria dos Condenados" (exposto ao público na Exposição Universal da Philadelphia, de 1876, sob os
auspícios de Pedro II, amante da fotografia), o primeiro registro prisional no
país.
- Curiosidade acerca da imagem:
Na Galeria dos Condenados encontra-se o registro de
Isabel Jacintha da Silva, escrava altiva e bela.
Condenada em 1846 por matar seu senhor (Jacintho
José da Silva) envenenado, Isabel iniciou uma busca por seus direitos, alegando
inocência. O envenenamento dos senhores pelos escravos era prática
relativamente comum, uma vez que a liberdade lhes era dada por testamento.
Dessa forma, após a morte do senhor, os escravos estariam livres. Assim, a
prática de envenenamento acabou recebendo um artigo próprio no Código Criminal
do Império, “ter o delinqüente cometido o crime com veneno, incêndio ou
inundação” (Código Criminal, art. 16, 1830).