Grupo da Faculdade de Ciências da
Informação vai desenvolver software para catalogação de fotografias digitais.
Um grupo da Faculdade de Ciências
da Informação (FCI) dedica-se à discussão sobre a produção, circulação,
conservação e uso de fotografias dentro e fora do âmbito universitário. O Grupo
de Pesquisa de Acervos Fotográficos (GPAF) planeja construir, junto ao Centro
de Documentação (Cedoc), um sistema de informação que funcione como plataforma prática
de controle das fotografias digitais da UnB. “A intenção é trabalhar junto a
todos os institutos, trazendo deles a contribuição para formar uma memória
digital da UnB”, explica o professor André Porto, coordenador do grupo.
Cedoc e GPAF desenvolvem um
software, já em fase de finalização, que indexa fotografias, além de promover
recuperação e vinculação de dados a respeito. “Há uma quantidade imensa de
fotos cuja identificação e catalogação é muito nebulosa, por vezes tratando mais
do conteúdo do que pelo contexto. Pegamos uma foto e está escrito ‘homem com
bigode’, por exemplo. Não acrescenta nada em termos de arquivo”, exemplifica
Tânia Maria de Moura, diretora do Cedoc. A professora Darcilene Sena acredita
que o centro desenvolve um trabalho muito sério, mas ainda incipiente enquanto
acervo fotográfico. “Temos muita dificuldade de recuperar quais foram as
circunstâncias da foto, quem fez e por que fez. Não existe uma política
sistemática de organização que funcione plenamente e nosso grupo de pesquisa
tem muito a contribuir”.
Quando finalizado, o software
deve incluir a produção fotográfica realizada pela Secretaria de Comunicação
(Secom). Tânia que, entre 2002 e 2012, a Secom tenha produzido 150 mil fotos,
número potencializado pela formato digital da produção. “A tecnologia criou
essa explosão de produção. No formato analógico, em décadas de existência,
calculo que a UnB tenha criado um montante de ‘apenas’ 20 mil fotos em
arquivo”.
A diretora do CEDOC quer
implantar o projeto Digifoto, coordenado por André, no órgão. “O Digifoto trata
o acervo fotográfico como acervo documental e é disso que precisamos”. O
projeto procura aplicativos-piloto, como repositórios virtuais de fotografia,
que utilizem normas internacionais de acervo específico para a fotografia. “O
que diferencia nosso trabalho é a preocupação com a abordagem arquivística.
Nosso foco principal que diferencia esse grupo é o tratamento das imagens que
são gerados em contextos administrativos - orgãos públicos, universidades e
empresas”, disse a professora Darcilene Sena Rezende. “É diferente de quando
você tem uma coleção reunida por uma pessoa específica, que reúne as fotos
aleatoriamente para o próprio uso”.
COLABORAÇÃO INTERNACIONAL - Recentemente,
um acordo internacional com a Universidad Complutense de Madrid trouxe a
contribuição da professora espanhola Antonia Salvador Benitez, referência
internacional em patrimônio fotográfico e audiovisual, que veio a Brasília para
trabalhar junto ao GPAF. “Já existe um convívio com a Universidade por conta de
um convênio assinado em 2010, que prevê cooperação científica entre as
instituições”, explicou André Porto. Em sua estadia de dois meses, sob recursos
da instituição espanhola, Antonia Salvador lecionou junto a André na disciplina
de pós-graduação Tópicos Especiais em Organização da Informação – Acervos
Fotográficos. Além disso, participou de eventos pelo país, ministrou palestras
e um mini-curso no Centro de Documentação (CEDOC) da UnB. “Em pouco tempo,
estabelecemos linhas de trabalho em comum, que resultaram em várias
publicações. Além disso, desenvolvemos um projeto de investigação de caráter
internacional, que pretende elaborar um guia sobre acervos fotográficos na
Espanha, Portugal e Iberoamérica”, afirmou Antonia.
“O foco principal dela foi o
trabalho com coleções fotográficas, o que acrescentou muito na formação dos
pesquisadores. Acreditamos na capacidade de internacionalização como um dos
critérios vitais para a excelência em pesquisa e, na FCI, temos buscado
efetivar essas parcerias”, diz a professora Darcilene Sena Rezende. “A vinda da
Antonia significa a solidificação do convênio. Mais que isso, simboliza a
atratividade da UnB junto a universidades internacionais”, afirmou André Porto.
Ele planeja para 2013 a ida dos primeiros alunos para intercâmbio em Madri, em
planos de participar de disciplinas e estágios. “Estamos atentos a isso. Não
abrir portas internacionais é um erro que não podemos mais cometer”, disse ele.
A produção acadêmica do
GPAF rendeu, até o momento, dois trabalhos de conclusão de curso, 10 iniciações
científicas e três mestrados. Em andamento encontram-se seis mestrados, quatro
doutorados e um projeto de produtividade.
Fonte: http://www.unb.br/noticias/unbagencia/unbagencia.php?id=7393
Fonte: http://www.unb.br/noticias/unbagencia/unbagencia.php?id=7393
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